Formada em Austin, Texas, a banda Black Joe Lewis & The Honeybears lançou seu segundo álbum, “Scandalous“, pelo selo Lost Highway com produção do Jim Eno, do Spoon. Dando continuidade ao resgate da música negra tradicional sulista, os caras fazem um uma mistura do blues, gospel, r&b e rock, tudo numa pegada meio country, e apimentam ainda mais o tempero com o groove do funk e soul. Som empolgante, daqueles que levantam até defunto.
Banjos, muito violão e a sonoridade mais crua do folk americano estão presentes no primeiro trabalho solo de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. Na Natureza Selvagem (Into The Wild), trilha do filme de mesmo nome, foi encomendado a Vedder pelo amigo Sean Penn, que dirigiu a história de Christopher McCandless, vagabundo ou visionário, que se desconectou de seu passado em busca de sua própria verdade e de encontro com a natureza mais íngreme do Alasca. A escolha é praticamente óbvia: pouco tempo depois que o Pearl Jam lançou Ten, Chris McCandless se aventurou pelos Estados Unidos, ou seja, foi bem na época áurea do grunge de Seattle.
Eddie Vedder tinha acabado de voltar da turnê mundial do Pearl Jam e embarcou imediatamente no trabalho de compor as músicas da trilha. Não demorou mais que três semanas na composição e gravação que teve como inspiração as imagens fantásticas do filme. Meses depois ele e Sean Penn foram passear em algumas das locações do filme, como a região das corredeiras Rapids.
O trabalho é delicado, poético e cinematográfico. Rise tem um belíssimo refrão.Guaranteed é o hit, música que ganhou o Globo de Ouro e foi indicada ao Grammy. A trilha toda é uniforme e pronta para ser ouvida várias vezes, evocando a simplicidade, a liberdade e a poesia da alma da história de McCandless e de qulquer libertário pelo mundo afora.
Disco: Setting Forth No Ceiling Far Behind Rise Long Nights Tuolumme Hard Sun Society The Wolf End of the Road Guaranteed Guaranteed (Humming Cocal)
Foi por iniciativa de Hilda Hilst (1930 -2004) que Zeca Baleiro se tornou parceiro da poeta paulista. Ao receber uma cópia do primeiro disco do compositor maranhense, Por Onde Andará Stephen Fry? (1997), enviada pelo próprio artista, Hilst ligou, propôs a parceria e mandou um disquete com sua obra poética.Foi no disquete que Baleiro descobriu o livro Júbilo Memória Noviciado da Paixão - escrito pela Hilda quando estava apaixonada platonicamente pelo Júlio de Mesquita Neto (vide as iniciais) - e decidiu musicar os versos do capítulo que dá título ao disco.
Depois de dois anos de trabalho, a gravadora de Zeca Baleiro, Saravá Disco, lançou o CD Ode Descontínua e Remota para Flauta e Oboé - De Ariana para Dionísio - com poemas de Hilda Hilst musicados pelo artista maranhense.
O disco, segundo Zeca Baleiro, começou a ser gravado em abril de 2003 e teve aval da escritora e a colaboração do violonista Swami Jr. nos arranjos de base. Para musicar os dez poemas, Baleiro buscou uma sonoridade que se encaixasse nos poemas já em essência muito musicais de Hilst. Instrumentos como harpa, oboé e fagote ajudaram a criar o clima. Para dar mais charme ainda ao disco, Baleiro contou com a adesão de dez cantoras para interpretar as canções. Pela ordem de entrada no CD, o time é formado por Rita Ribeiro, Verônica Sabino, Maria Bethânia, Jussara Silveira, Ângela Ro Ro, Ná Ozzetti, Zélia Duncan, Olívia Byington, Mônica Salmaso e Ângela Maria.
As intérpretes estão à vontade no despudorado universo poético de Hilst. O único deslize é de Ângela Maria, que, por conta de seu estilo naturalmente empostado, ficou meio deslocada. Mas no todo, o trabalho tem bom acabamento melódico, garantido pelo repertório de tom linear que assegura a uniformidade das canções ao mesmo tempo em que conta a história do amor impossível de Ariana e Dionísio. Um dos melhores momentos do disco é a Canção V, interpretada por Angela Ro Ro.
• Volume 1 1. Cancao I 2. Cancao II 3. Cancao III 4. Cancao IV 5. Cancao V 6. Cancao VI 7. Cancao VII 8. Cancao VII 9. Cancao IX 10. Cancao X
The shins é aquela banda que quando toca no som do carro, quem quer que seja sua carona, de sua mãe até seu amigo de cerveja, irá se manifestar. Não raro perguntará o nome da banda e vai ficar balançando a cabeça com um sorriso no rosto. É daquele tipo de som que deixa uma aura de alegria, mas não do jeito corriqueiro, usando fórmulas e traquejos para deixar os elementos agradáveis aos ouvidos não acostumados. Eles ousam com letras complexas e usando estilos e técnicas inovadoras associados a um vocal marcante.
Enquanto o rock adota cada vez mais produções super elaboradas, o the Shins, que é natural de Albuquerque, Novo México, foi se tornando um exemplo de despretensão e familiaridade. Eles não querem, definitivamente, mudar o mundo ou mudar sua vida com versos repetitivos e linguagens musicais consagradas. Muitas das grandes músicas deles inspiram um sentimento de conforto e proximidade, criando uma atmosfera tão tênue que a menor demonstração de descontinuidade muda o sentimento do ouvinte instantaneamente. Essa intimidade talvez seja a maior arma da banda, que desde cedo ganhou notoriedade no cenário indie, mas só ficou conhecida mundialmente quando contribuiu com duas faixas para o filme garden state, onde a personagem interpretada por Natalie Portman diz pro personagem de Zach Braff (diretor, roteirista e ator do filme) que a banda iria mudar sua vida. Equanto não produz um álbum novo, o the Shins carrega uma legião de anônimos apaixonados pelo grupo que distribuem discretamente sua mensagem sonora.
O último álbum da banda foi lançado em 2007 - Wincing the night away. Que sucedeu o Oh, inverted world - 2001 e chutes too narrow - 2003. Download: THE SHINS
Nascido em uma família abastada por conta de um bilhete premiado de loteria, Tom Zé passa a primeira infância no sertão baiano na sua cidade natal Irará. Depois transfere-se para Salvador para seguir estudos ginasiais. Mais tarde, ele diria que sua cidade natal era "pré-Gutenberguiana", pois sua música era transmitida por comunicação oral. Adolescente, passa a se interessar por música e estuda violão. Tem alguma experiência tocando em programas de calouros de televisão nos anos 1960, e acaba entrando para a Escola de Música da Universidade Federal da Bahia, que tem entre seus professores na época Ernst Widmer, Walter Smetak e o dodecafonista Hans Joachim Koellreutter. Na mesma época, se alia a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Gal Costa e Maria Bethânia no espetáculo Nós, Por Exemplo nº 2, no Teatro Castro Alves, em Salvador. Com o mesmo grupo, vai a São Paulo encenar Arena Canta Bahia, sob a direção de Augusto Boal, e grava o álbum definidor do movimento Tropicalista, Tropicália ou Panis et Circensis, em 1968. Em 1968, leva o primeiro lugar no IV Festival de Música Popular Brasileira, da TV Record, com a canção "São Paulo, Meu Amor". Passou a década de 1970 e 1980 avançando ainda mais seu pop experimental em álbuns relativamente herméticos, sem atrair a atenção do grande público. No final dos anos 1980, é "descoberto" pelo músico David Byrne (ex-Talking Heads), em uma visita ao Rio de Janeiro, que lança sua obra nos Estados Unidos, para grande sucesso de crítica. Lentamente sua carreira vai se recuperando e Tom Zé passa a atrair platéias da Europa, Estados Unidos e Brasil, especialmente após o lançamento do álbum Com Defeito de Fabricação, em 1998 (eleito um dos dez melhores álbuns do ano pelo The New York Times). Tom Zé compôs, na década de 1990, música para balés do Grupo Corpo. Em 2006 foi lançado o filme Fabricando Tom Zé, um documentário de Décio Matos Jr, sobre a vida e obra do músico.
Coletânea:
Você Gosta? Jeitinho Dela Irene Qualquer Bobagem Passagem Ma Dá, Me dê, Me Diz Jimmy Renda-se Menina Jesus Correio da Estação Brás A Volta de Xanduzinha (Maria Mariô) Na Praia do Sucesso Mã Tô São Paulo, Meu Amor Quero Sambar Meu Bem Sabor de Burrice Nave Maria Frevo Menina Amanhã de Manhã Senhor Cidadão Todos Os Olhos Quando Eu Era Sem Ninguém Augusta, Angélica e Consolação Botaram Tanta Fumaça O Riso e a Faca Lá Vem a Onda Guindaste a Rigor Distância Dulcinéia Popular Brasileira